Portfólio de projecto técnico.
Júnior Djau nº12 10ºA
O meu acordar diferente:
Hoje acordei com uma sensação de leveza em mim, não me senti normal, tentei lembrar-me do que se tinha passado no dia anterior mas apenas visualizava um vasto universo branco, não me ocorria nada, não sabia o meu nome, quem era, de onde vinha ou o que fazia ali, os meus traços culturais e psicológicos tinham-se evaporado.
Levantei-me e fui a casa de banho e a primeira coisa em que reparei foi o reflexo do meu rosto ao espelho (tinha a cara virada ao contrario, a boca na testa por onde despejava uma grande quantidade de muco verde, o nariz no queixo por onde deitava saliva, os olhos no lugar das orelhas e vice-versa). Fiquei surpreendido, pois era a primeira vez que via uma cara, mas ao mesmo tempo, sentia indiferença, pois naquele momento desconhecia a aparência de uma cara humana “normal”, e não sabia a diferença, por isso achei banal.
Decidi ir a rua, caminhei por um corredor escuro e abri a porta, senti a forte luz do sol a encadear-me e quando finalmente abri os olhos, vi seres completamente disformes e diferentes de mim, não me assustei nem tive medo, mas senti um leve arrepio. Dirigi-me a um deles, ele estava virado de costas:
-Que espécie de ser és tu, de onde vens? - Perguntei-lhe.
este virou se, olhou para a minha cara, contorceu a boca e as sobrancelhas e desatou a correr freneticamente, chamando a atenção de todos os que ali estavam. Uns fugiram, outros olharam para mim com uma expressão estranha, e houve até um que me disse:
-que bela mascara, excelente, onde a arranjaste mano.
Parecia ser jovem. Esticou e esticou a minha face até que parou, parecia ter chegado a conclusão de que estava errado e gritou:
- MONSTRO, é um monstro! - Este caio, levantou-se atrapalhada mente e começou a correr com uma mão agarrada as calças.
Continuei a caminhar, todos abriam alas atrapalhados com medo que lhes tocasse. Pensei para com os meus botões:
- Esta agora, então eles são todos anormais e esquisitos, parecem ter vindo de outro mundo e eu é que ganho o titulo de monstro? Está tudo doido…ou não? Afinal quem é diferente, eu ou eles? Depois de ter chegado a este pensamento, desliguei-me e cai no chão.
Quando abri os olhos, dei por mim deitado numa cama, na minha cama, já me lembrava de tudo, mas desatei a correr em direcção ao espelho para certificar-me de que tinha sido tudo um sonho, quando vi o meu reflexo suspirei de alívio, estava normal. Sentei-me no chão e reflecti:
- Este sonho pregou-me cá um susto, mas realmente dá que pensar. Afinal, quem era verdadeiramente diferente? o que é a verdadeira diferença? - Enquanto coçava a cabeça.
Exploração de ideias:
Primeira aula de tecnologias: cerâmica
Na primeira aula de tecnologias, os professores de cerâmica propuseram nos um exercício, os professores emprestaram-nos alguns livros com obras de cerâmica, nós tínhamos de escolher as que mais gostávamos e desenhá-las.
Este exercício serviu como uma espécie de diagnóstico aos nossos gostos, os professores pretendiam conhece-los, e ao mesmo tempo conheciam um pouco de nós. Estas foram as obras que eu elegi:
Renate Jindra Svetozar Doitchev The Iron
Norma Couto Dário Huub Gommans
UWE Alberto Vieira Armin Rieger
Villaverde Vilma
Primeira aula de projecto: as minhas primeiras ideias:
Nesta aula, os professores explicaram-nos que íamos conceber o nosso próprio objecto de cerâmica a partir do nosso conceito. Ao inicio estava um pouco atrapalhado com o meu conceito e os professores diziam-me que eu estava preso as formas reais que até lá conhecia.
Estas foram as minhas primeiras experiências:
Disformidade (ilustrando o texto).
Para fazer os seguintes desenhos, baseei-me na ideologia de que a diferença está no que absorvemos, o que vemos pode misturar-se com o nosso ser e influenciar-nos, fazendo nos crescer. A esta altura já estava a apresentar alguma evolução, mas ainda não me tinha soltado completamente das formas que conhecia:
Visão do mundo, absorção de conhecimento.
Para iniciarmos a exploração de ideias, foi nos recomendado que procurasses imagens alusivas ao nosso tema, assim o fiz e encontrei algumas imagens que me interessaram:
Esta peça imagem representa o elo, a meu ver, é como se estivesse a tentar libertar-se, metamorfosear-se mas ao mesmo tempo, não se consegue desprender totalmente do que é no momento.
Um mundo só do autor, em que o olho vê absorve e transforma. Esta imagem ajudou me imenso e foi a partir dela que concebi a minha peça final.
Selecção e desenvolvimento de uma ideia:
A meu ver, a partir deste momento iniciou-se a minha transição para o mundo abstracto, comecei a largar os medos e o exagerado perfeccionismo, apesar de ainda estar a dar inicio a esta nova visão.
A diferença (ilustrando o texto) / tocar, conhecer transformar.
Os próximos desenhos são uma espécie de ligação entre os outros desenhos até aqui feitos. A minha visão já esta mudada.
tenho o objecto e um objectivo em mente:
Tanto os professores de projecto e de cerâmica acharam os desenhos bons mas preocupavam-se com o facto de haver alguns excessos, retirei-os pois desta forma seria mais fácil criar o meu objecto de cerâmica, efectuei as mudanças e os resultados foram os seguintes:
Execução da peça
Aula de Tecnologias - O objecto de cerâmica:
Esta foi a aula em que finalmente “metemos a mão na massa”. Cada aluno fez a sua peça em função do resultado de todas as experiências que tinha desenhado nas aulas de projecto. Eu criei a minha obra e fiz vários modelos dela, mexendo e remexendo o objecto de plasticina. A minha peça é a seguinte:
Estas foram algumas das transformações que a peça sofreu:
Modelo Europeu da peça de cerâmica:
Vista de baixo
Vista lateral direita Vista de frente Vista lateral esquerda Vista posterior
Vista de cima
Fiz o seguinte desenho enquanto pensava em como seria a minha performance para a aula de projecto. Inspirei-me no fantasma da opera para faze-lo e este serviu como inspiração para a minha performance, o desenho esta abaixo representado:
Em síntese tenho a dizer que o método de trabalho que utilizamos nas aulas é excelente para a nossa evolução como artistas e pessoas. Acho que progredimos imenso com este trabalho. A nossa mente já está num nível diferente do que aquele com que chegamos a esta escola e espero continuar a crescer. Concluo também que a nossa forma de pensar reflecte-se nos nossos desenhos e as transformações que estes sofreram reflecte a metamorfose da nossa própria mente.
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